Entre os dias 3 e 6 de julho a Professora Doutora Cristiane Meira Assunção do Departamento de Saúde Bucal da Criança e do Adolescente (SCA) da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (FAO UFMG) participou do 66º Congresso da Organização Europeia de Pesquisa em Cariologia (66TH ORCA), na cidade de Cartagena na Colombia. Esse congresso ocorre uma vez ao ano, reunindo os maiores especialistas em Cariologia, de diversos países.

Durante o evento foram apresentados trabalhos nas sessões de estudos clínicos, epidemiologia, des e remineralização, desgaste erosivo, microbiologia, resposta pulpar e fluoretos sendo que os resumos foram publicados num número especial da revista Caries Research. Geralmente o congresso ocorre na Europa, mas esse ano, ao ser realizado na Colombia, contou com expressiva participação de pesquisadores latino americanos.

A professora Cristiane Meira Assunção apresentou o trabalho “Influence of Oral Health Literacy in preventive measures execution considering fluoride use: RCT preliminary results”, parte de seu projeto de Pós Doutorado, realizado em parceria com os professores do departamento do SCA Fernanda Morais Ferreira, Júnia Maria Cheib Serra-Negra e Saul Martins Paiva, da professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG Márcia Gomes Penido Machado e das alunas do Programa de Pós Graduação em Odontologia da UFMG Clarissa Lopes Drumond e Sara Oliveira Lisboa.

A professora Cristiane relatou que “Já havia participado de outras edições do ORCA quando cursava o Doutorado, mas dessa vez foi ainda mais especial. Foi a primeira vez representado a UFMG e apresentando um tema que ainda é pouco discutido, o alfabetismo em saúde bucal. O trabalho foi muito bem recebido, despertando a curiosidade sobre o construto utilizado para avaliar o nível de alfabetismo, bem como suscitou discussões sobre o uso racional de fluoretos, especialmente na primeira infância”. A professora ressaltou ainda que há uma demanda para discussão de outros trabalhos com foco nos relatos de pacientes, sendo este um tema emergente na pesquisa em Odontologia.

Segundo a professora, por se tratar de um congresso voltado a cariologia, há um maior aprofundamento nos debates sobre diagnóstico, opções minimamente invasivas de tratamento, uso racional de fluoretos entre outros temas importantes. As atividades realizadas num mesmo local, incluindo programações culturais, permitiram um convívio maior ente os participantes, possibilitando a formação de novas parcerias entre os pesquisadores. Ainda de acordo com ela “É uma ótima oportunidade de ver o que os maiores centros de pesquisa em cariologia têm investigado, pois são trabalhos ainda não publicados, alguns com resultados parciais, contribuindo muito para a atualização sobre diversos temas.”

No pré evento do congresso, ocorreu a discussão sobre o currículo de cariologia das universidades latino americanas, Education Platform Meeting, com relatos das Universidades da República Dominicana, Chile e Colombia. A professora ressaltou que o Brasil está a frente de muitos países vizinhos, já tendo em diversas instituições a inserção da Cariologia como disciplina e utilizando métodos de diagnóstico de cárie internacionalmente reconhecidos, como o ICDAS. Para ela, “O Brasil é referência no ensino e na pesquisa em Cariologia, e tem participado ativamente dessas discussões no ORCA. É com satisfação que vejo estratégias de ensino que temos planejado usar aqui na UFMG, como o e-learning da plataforma ICCMS com os futuros alunos do curso se aperfeiçoamento a atualização em Odontopediatria, serem indicados por especialistas referência na área. Trazer para nossos alunos o que de mais atual tem sido discutido em cariologia é uma grande responsabilidade e alegria.”

Aconteceu em Cancún, no México entre os dias 03 e 07 de julho de 2019 o 27º Congresso do IAPD (International Association of Paediatric Dentistry) que este ano coincidiu com o 50º aniversário da associação. A IAPD congrega 73 países e tem como objetivo central contribuir com o progresso e a promoção da Odontopediatria além de estimular pesquisas na área. O Congresso teve como tema “Where the past meets the future” (Quando o passado encontra o futuro). Este tema mostra respeito aos precursores da especialidade além de fazer uma referência ao país sede do evento, México, um importante berço da civilização.

O Departamento de Saúde Bucal da Criança e do Adolescente (SCA) da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (FAO UFMG) contou com a participação ativa dos Professores Doutores Isabela Almeida Pordeus, Saul Martins de Paiva e Lucas Guimarães Abreu.

O professor Saul Martins de Paiva e a professora Isabela Almeida Pordeus participaram de dois diferentes comitês de julgamento de prêmios, o The Morita Prize Judges Committee e o The NuSmile Restorative Dentistry Award Judges Committee, respectivamente.

O professor Lucas Guimarães Abreu apresentou o trabalho intitulado “Impact of orthodontic treatment among adolescentes on families’ quality of life: a cohort of parents/caregivers of treated and untreated individuals” que é uma das atuais pesquisas científicas desenvolvidos por ele no Departamento de SCA da FAO UFMG. O objetivo do estudo foi avaliar as repercussões do tratamento ortodôntico com aparelho fixo nas famílias de adolescentes tratados na faculdade. A pesquisa apresentada pelo Prof. Lucas é fruto de sua tese de doutorado orientada pelo Prof. Saul e contou com a participação de outros docentes e pós-graduandos da FAO UFMG. Ao final de todas as apresentações na sessão oral os candidatos ao prêmio foram arguidos por renomados pesquisadores internacionais. O comitê de avaliadores concedeu ao Lucas o Prêmio Bengt Magnusson de melhor pesquisa científica divulgada no evento. Esse é um prêmio altamente relevante, pois contempla trabalhos voltados à geração de conhecimento inovador para a área. O nome do prêmio faz homenagem à memória do Professor sueco Bengt Magnusson, que prestou serviços importantes para a Odontopediatria e para a IAPD. O Professor Lucas ressaltou a importância do prêmio para a Odontopediatria brasileira e para a FAO UFMG e agradeceu o apoio de professores, alunos e funcionários dessa faculdade.

É importante destacar ainda que na seção de encerramento do congresso, o Professor Doutor Marcelo Bönecker da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FO-USP) tomou posse como Presidente da IAPD, um momento considerado histórico para a Odontopediatria brasileira já que segundo o professor Saul “é muito importante para a Odontopediatria Brasileira e Latino Americana ter um representante da qualidade cientifica do Prof. Marcelo à frente da gestão da IAPD. Esta escolha reflete a relevância que a pesquisa brasileira tem na evolução do conhecimento cientifico mundial na área da Odontopediatria”.

O II Encontro do Ciclo de Estudos em Odontopediatria ocorreu no dia 15 de junho de 2019, o tema foi “Rapport na Odontopediatria: Estabelecendo Conexões com a família ” ministrado pela odontopediatra Mônica Barreto, sócia da Associação Brasileira de Odontopediatria seção Minas Gerais (ABOPED-MG). O projeto é uma parceria do Departamento de Saúde Bucal da Criança e do Adolescente (SCA) da Faculdade de Odontologia (FAO) da UFMG, com a ABOPED-MG. O Ciclo de Estudos é coordenado pela Profa. Dra. Cristiane Baccin Bendo (professora da FAO UFMG e diretora cientifica da ABOPED-MG), Prof. Dr. Saul Martins Paiva (professor da FAO UFMG), Prof. Dr. Paulo Antônio Martins-Junior (professor da FAO UFMG e tesoureiro da ABOPED-MG) e Profa. Dra. Patricia Alves Drummond de Oliveira (Presidente da ABOPED-MG e Coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Arnaldo). O encontro foi gratuito e reuniu em um único ambiente pedagógico, alunos da graduação, pós-graduação e professores da UFMG, alunos de graduação externos a UFMG que estão associados à Liga Nacional da ABOPED-MG e profissionais odontopediatras associados à ABOPED-MG.

Comissão organizadora do Ciclo de Estudos composto por alunas da graduação, pós-graduação e professora da FAO UFMG. Da esquerda para a direita Luana Carolina Tozatti Magalhães, Gabriela Luiza Nunes Souza, Katia Kely Bragança de Souza, Profa. Dra. Cristiane Baccin Bendo, Letícia Pereira Martins, Marina Line Lourdes Ribeiro, Jéssica Madeira Bittencourt, Poliane Valdelice da Cruz.

Este 2º encontro do Ciclo de Estudos em Odontopediatria iniciou com uma exposição dialogada da odontopediatra Mônica Barreto sobre o tema, explicando os conceitos, ferramentas e aplicações do Rapport na odontopediatria, sendo que em alguns momentos, as técnicas eram realizadas com os participantes. Em seguida, foi proposta a realização de uma dinâmica com o objetivo de discutir as ferramentas do Rapport, desde a indicação do profissional odontopediatra, passando pelo momento da consulta odontológica até a despedida da família e da criança ao final do atendimento. Sendo assim, foram divididos 7 grupos, mesclando participantes com os diversos perfis de formação, para uma dinâmica, acrescentando conhecimento a todos e dividindo experiências e vivências.

De acordo com a palestrante odontopediatra Mônica Barreto “O segundo encontro do Ciclo de Estudos em Odontopediatria da UFMG se abrilhantou pela participação de todos os inscritos, entre eles alunos de graduação em odontologia, mestrandos, doutorandos, professores e especialistas em odontopediatria, na Dinâmica de Partilha. Foi um momento único com grande envolvimento dos participantes, que ao final compartilharam com todo o auditório experiências próprias de seu consultório e também da faculdade dentro do passo a passo proposto. ”

Segundo a aluna de graduação Vitória Milione, “Participar do Ciclo de Estudos em Odontopediatria foi muito enriquecedor para mim, enquanto aluna de graduação. O encontro conseguiu deixar bem claro que o odontopediatra necessita estabelecer uma conexão com o paciente pediátrico, a fim de criar um vínculo de confiança com a criança, e esse é um dos grandes desafios na especialidade. Por meio de exemplos que ilustravam muito bem o tema, a palestrante conduziu de uma maneira muito agradável esse assunto que faz parte do cotidiano de quem deseja atender crianças e deixou explícito a importância de estabelecer essa afinidade.  Este momento foi uma experiência gratificante, pela troca de ideias, conhecimentos, experiências vivenciadas, além de ouvir de perto realidades de diferentes profissionais e técnicas de abordagens utilizadas. O Ciclo me proporcionou um momento único e de grande valia para a minha vida profissional pois foi um enorme incentivo que eu tive durante o meu percurso acadêmico. ”

Para Mariana Oliveira Guimarães, aluna de pós-graduação da FAO UFMG, “Participar dos encontros, tem sido uma excelente oportunidade de crescimento como aluna de pós-graduação. A maneira pela qual o Ciclo tem sido conduzido, permite que diferentes olhares sobre um único tema se somem e contribuam para o desenvolvimento de um atendimento ainda melhor para os nossos pacientes. Ouvir experiências e compartilhar evidências científicas enriquece minha formação e fortalece a necessidade de caminharmos sempre unidos pelo crescimento da Odontopediatria. ”

A Profa. Dra. Raquel Gonçalves Vieira Andrade do Departamento SCA da FAO UFMG, considerou o evento como um momento enriquecedor, além de estar muito bem organizado. Segundo ela, “a dinâmica proposta após a apresentação da palestrante permitiu uma interação e troca de experiências e conhecimentos entre alunos, professores e profissionais da área da Odontopediatria onde todos participaram e contribuíram de forma igualitária, sem hierarquias. Isso é um fato interessante, já que o objetivo do projeto é exatamente promover a interação entre diferentes perfis atuantes na Odontopediatria, sejam eles estudantes ou profissionais”.

Já o odontopediatra, sócio da ABOPED-MG, Marco Tulio Vasconcelos Meneses, ressaltou que, o 2º encontro do Ciclo foi um retorno a Faculdade de Odontologia da UFMG onde realizou o mestrado, com um momento de reencontro de professores e colegas odontopediatras, além de uma oportunidade de conhecer novos professores e estudantes. Durante a entrevista ele relatou que “a odontopediatra Mônica trouxe um novo olhar e uma reflexão muito interessante para o acolhimento do paciente e da família no consultório de Odontopediatria. A dinâmica foi alegre, divertida e cheia de criatividade mostrando como o Rapport é importante na formação do vínculo com o paciente e com a família. A proposta de troca de experiências e a discussão de novas ideias entre professores, odontopediatras e estudantes foi uma experiência muito legal! Todos tiveram um ótimo aproveitamento, pois o tema nos interessa muito na prática do dia-a-dia.”

De acordo com a coordenadora Profa. Dra. Cristiane Bacci Bendo, “o segundo encontro do Ciclo permitiu a concretização do objetivo proposto pelo projeto. Foi incrível poder juntar grupos de discussão compostos por pessoas de diferentes níveis e perfis de formação para a efetiva construção compartilhada do conhecimento. A troca de vivências e experiências foi muito rica, e nitidamente proporcionou um crescimento para todos os participantes. A odontopediatra Mônica Barreto, que possui mais de 30 anos de experiência clínica, e formação em comunicação não violenta e disciplina positiva, compartilhou com o grupo seus saberes e expertises”.

O primeiro encontro do Ciclo de Estudos foi realizado em março com palestra do Prof. Dr. Saul Martins Paiva. O projeto contará com mais dois encontros no 2º semestre de 2019. A comissão organizadora está reunindo ideias e sugestões dos participantes dos encontros passados, buscando atender a demanda do público alvo do Ciclo da melhor forma possível, proporcionando a interação de profissionais, professores e estudantes. De acordo com a Profa. Dra. Cristiane Baccin Bendo, “A cada encontro do Ciclo de Estudos uma pessoa com diferente perfil de formação será convidada para conduzir as atividades, de acordo com suas potencialidades.”

Abaixo encontra-se o vídeo com a apresentação do Encontro:

 

A iniciação científica realizada por alunos durante a graduação é desenvolvida sob a orientação de professores orientadores qualificados e com experiência reconhecida em produção de conhecimento científico, com o objetivo principal de despertar a vocação científica e incentivar talentos entre os estudantes de graduação. Os alunos que realizam a iniciação científica têm a oportunidade de aprender técnicas e métodos de pesquisa, estimular e desenvolver o pensamento crítico e científico e despertar a criatividade gerada pelo confronto com os problemas de pesquisa. Além disso, a iniciação científica prepara esses estudantes para a Pós-Graduação.

A participação de alunos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em projetos de pesquisa pode ser financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq) da UFMG, patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  Os alunos podem também realizar a iniciação científica voluntária, vinculados ao Programa de Iniciação Científica Voluntária do PRPq UFMG.

De acordo com a Profa. Dra. Cristiane Bendo, professora da área de Odontopediatria, atualmente coordenadora do Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (NAPq) da Faculdade de Odontologia (FAO) da UFMG e que também foi aluna de iniciação científica da Odontopediatra FAO UFMG entre 2002 e 2004 “considerando-se as iniciações científicas realizadas no ano de 2019, nos quatro departamentos da FAO UFMG, podemos contabilizar 170 alunos de iniciação científica, bolsistas e voluntários, registrados no PRPq pelos professores orientadores. Destes, 40 alunos (24%) estão conduzindo suas pesquisas orientados pelos nossos 17 professores da Odontopediatria, sendo que metade deles recebe bolsas de iniciação científica.”

A Profa. Cristiane também relata que “os alunos que fazem suas pesquisas na Odontopediatria trabalham com diversas temáticas acerca da saúde bucal de criança, adolescentes, e até mesmo com a saúde dos nossos estudantes de graduação em Odontologia. Dentre estas temáticas, podemos destacar estudos com a saúde bucal de bebês prematuros, performance mastigatória de crianças, alfabetismo funcional dos pais e sua influência na saúde bucal de seus filhos, assim como cuidados de saúde bucal entre filhos de mães surdas, abuso físico infantil e atitudes de profissionais de saúde que prestam cuidados a crianças, consumo de álcool entre adolescentes e qualidade de vida relacionada a saúde bucal das crianças e adolescentes. Além disso, pesquisas sobre o bruxismo do sono e a auto-percepção sobre o grau de felicidade dos nossos alunos de graduação da FAO UFMG estão sendo conduzidas na iniciação científica na Odontopediatria”.

Em conversa com algumas alunas bolsistas que fazem suas iniciações científicas na Odontopediatria, foi relatada a importância da iniciação cientifica na formação acadêmica, além da importância da pesquisa para a sociedade. Segundo Ana Katarina Silva Ribeiro (9º período), que estuda bruxismo do sono e de vigília, orientada pela Profa. Dra. Isabela Pordeus “Como graduanda, a iniciação científica me possibilita uma primeira experiência com a pesquisa e produção acadêmica, além de me proporcionar uma imersão que a grade convencional do curso não me ofereceria em uma área de estudo que muito me interessa. Além disso, a pesquisa tem um papel fundamental para o desenvolvimento socioeconômico, cultural e político do nosso país, por possibilitar o conhecimento e a solução de questões que envolvem saúde, a própria educação, a cultura, economia, política e diversos outros âmbitos que nos permeiam.”

De acordo com Marcella Souza (9º período), orientada pela Profa. Dra. Miriam Pimenta Vale, “a iniciação científica é uma grande oportunidade na graduação, que agrega conhecimento e ajuda a desenvolver trabalhos fora da grade obrigatória. É um importante instrumento na minha formação acadêmica, pois permite aprofundar o conhecimento em pesquisa cientifica, desenvolver novas habilidades e trabalhar numa área que me interessa muito.” O projeto de pesquisa que Marcella desenvolve é acerca do impacto das condições bucais na qualidade de vida das crianças de 8 a 10 anos de idade.

Já a acadêmica do 6º período Katia Kely Braganca de Souza, que faz iniciação científica desde o 4º período do curso, sob orientação da Profa. Dra. Patrícia Maria Zarzar informou que teve a oportunidade de trabalhar em várias temáticas de pesquisa da sua orientadora, como traumatismos dentários na dentição decídua, consumo de álcool entre adolescentes e abuso físico infantil. Atualmente, Kátia colabora com uma doutoranda na pesquisa sobre o consumo de álcool entre adolescentes, e participou da coleta de dados em escolas municipais de Belo Horizonte. Kátia relata que “esta troca de conhecimento com alunos de pós-graduação é ótima, e eu aprendo muito. Além disso, a pesquisa me permite conhecer e trabalhar com situações reais, e pesquisar intervenções que podem ser feitas através do entendimento das várias questões que perpassam o consumo de álcool e suas consequências. E fazer pesquisa é isso, pois eu sinto que estou devolvendo algo importante à sociedade.”

Marina Line Ribeiro, também aluna do 6º período, orientada pela Profa. Dra. Cristiane Bendo, estuda a epidemiologia das principais alterações bucais na primeira infância e seu impacto qualidade de vida. A acadêmica teve a oportunidade de participar da coleta de dados juntamente com duas mestrandas em Odontopediatria e relata que “a iniciação me trouxe a oportunidade de ver como a teoria que a gente vê e aprende na sala de aula é construída. E me deu a oportunidade de participar dessa construção. Além da teoria, eu acho isso de grande valor no atendimento clínico também, porque a prática baseada em evidências possibilita a tomada de boas decisões clínicas.”

Além de todos os trabalhos de iniciação cientifica que já são desenvolvidos atualmente na Odontopediatria, de acordo com o edital PIBIC/CNPq 04/2019, das 24 bolsas de iniciação científica captadas por professores da FAO UFMG, 10 delas foram conquistadas pelos professores da Odontopediatria, o que demonstra o grande envolvimento e compromisso da nossa área com a formação dos nossos estudantes e com o desenvolvimento do nosso país.

A disciplina Atendimento Odontológico aos Bebês teve seu início no ano de 2006 sob a coordenação da Profa. Dra. Fernanda Bartolomeo e tem como objetivo o atendimento odontológico de bebês entre 0 e 3 anos de idade, tanto no âmbito preventivo quanto curativo. A clínica atende pacientes encaminhados pelo SUS e funciona todas as segundas-feiras das 08 às 12h, na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (FAO UFMG).
Somente neste ano, até a presente data (maio de 2019), já foram atendidos 61 pacientes na clínica. Os atendimentos realizados são gratuitos.

A disciplina Atendimento Odontológico aos Bebês não é parte da grade curricular de matérias obrigatórias do curso de Odontologia e a complexidade do atendimento para os alunos de graduação é maior devido ao aspecto comportamental da criança relacionada à idade apresentada. É extremamente positivo para os alunos que possuem afinidade com a área da Odontopediatria ter a oportunidade de vivenciar este contato em uma disciplina optativa durante a graduação e poder entender a importância deste atendimento e a melhor maneira de realizá-lo. A aluna de graduação e monitora da disciplina Juliana Freire relatou que “A disciplina abriu meu campo de visão e acrescentou muito em minha formação, tanto em questões de atendimentos e procedimentos quanto em questão da importância de se realizar consultas desde o início da vida valorizando a prevenção e as orientações ao invés de esperar o aparecimento da doença cárie para só então realizar o tratamento”.

O atendimento prestado é de suma importância para a comunidade externa, pois permite o acesso às informações e ao tratamento a partir do primeiro ano de vida da criança, além de permitir a orientação em todas as fases, sendo adaptada e alterada de acordo com o desenvolvimento da criança, com o objetivo de prevenir doenças e/ou alterações ou diagnosticá-las precocemente.

A Clínica de bebês fornece auxílio e acompanhamento às famílias e permite um melhor cuidado com seus bebês, criando oportunidade para que os mesmos possam crescer saudáveis e com o acompanhamento odontológico necessário. Por ser um atendimento complexo e poucos serviços o realizarem, a clínica representa um grande diferencial para a comunidade, sendo um fator muito positivo para a saúde dessas crianças, além de contribuir para a diminuição do índice de cárie e doenças bucais na população: a prevenção e educação desde o início da vida é a chave para alcançar este objetivo.

Segundo a Profa. Fernanda Bartolomeo, “O que atualmente muitos não sabem, é que a primeira consulta deve ser realizada antes mesmo de nascerem os primeiros dentes. Esta fase é considerada uma janela de oportunidade para a formação de bons hábitos alimentares e de higiene dentre outros, que são mais fáceis de manter durante toda a vida. Isto reflete não só na saúde bucal, mas também na saúde geral da criança. Além disso, crescendo sem cárie, a criança passa a gostar de ir ao dentista, o que contribui para a diminuição do medo e ansiedade durante o atendimento odontológico”.