O Projeto de Extensão Atendimento Odontológico a Pacientes com Traumatismos Dentários em Dentes Decíduos possui 12 anos e já atendeu mais de 650 crianças
O Projeto de extensão “Atendimento Odontológico a Pacientes com Traumatismos Dentários na Dentição Decídua” foi inaugurado no ano de 2007 sob a coordenação da Profª. Drª. Patrícia Maria Zarzar, e tem como objetivo oferecer à comunidade um centro de referência para atendimento a crianças com traumatismo na dentição decídua. O projeto envolve não somente o atendimento clínico, mas também atividades em sala de espera desenvolvidas por alunos de graduação e pós-graduação acerca de promoção de saúde, prevenção, empoderamento e autoestima dos responsáveis e das crianças participantes do projeto, além do desenvolvimento de pesquisas científicas. Vinculado ao projeto, existe ainda uma disciplina optativa do curso de graduação em Odontologia com o mesmo nome que realiza o acompanhamento de todas as crianças que são atendidas no projeto até a troca do dente decíduo (dente de leite) traumatizado, pelo dente permanente sucessor.
A clínica da disciplina optativa ocorre todas as segundas-feiras das 18:00 às 22:00 horas, enquanto o projeto de extensão acontece todas as quartas-feiras no mesmo horário. Os atendimentos ocorrem na Clínica 8 da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, e recebe pacientes encaminhados de grandes hospitais públicos da cidade de Belo Horizonte como o Hospital Municipal Odilon Behrens. Desde seu início em 2007 até a presente data (Junho de 2019), já foram atendidos mais de 650 pacientes, número que cresce a cada semana.
Atuam no projeto alunos do 2° ao 9° período da graduação, juntamente com alunos da pós-graduação, com supervisão de uma equipe de seis professores doutores do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG. Os professores e alunos da pós-graduação exercem o papel de monitorar e orientar todos os procedimentos realizados, bem como as atividades da sala de espera e de pesquisa científica.
Os alunos do 2° ao 5° período atuam na sala de espera realizando atividades educativas de promoção de saúde, prevenção e empoderamento, exercendo assim uma relação dialógica com a comunidade. Já os alunos do 6° ao 9° período praticam exames clínicos e radiográficos, atuam e orientam o comportamento das crianças, realizam restaurações, proteções dentinárias, colagem de fragmentos, tratamentos conservadores e tratamentos endodônticos, além de extrações, contenções semi-rígidas e mantenedores de espaço. Todos os procedimentos são gratuitos com exceção da confecção de mantenedor de espaço que possui custo laboratorial, por ser um serviço terceirizado.
A acadêmica de Odontologia Maraisa Tamires, que atualmente cursa o 7° período da graduação, está no projeto desde o 4° período, e já realizou tanto as atividades de sala de espera quanto o atendimento de pacientes. Atualmente é uma das monitoras do projeto e relata que “O projeto permite aos alunos participarem de casos que nunca veriam durante a graduação. As atividades da sala de espera mostram aos pais a necessidade de empoderamento tanto próprio quanto de seus filhos, além das ações de promoção de saúde para mudarem hábitos inadequados e mitos enraizados no cotidiano da comunidade”.
Segundo a coordenadora professora Patrícia Maria Zarzar, “Este projeto é de fundamental relevância por ser atualmente um centro de referência em Belo Horizonte para o atendimento odontológico a crianças com traumatismo dentários, devido à complexidade dos tratamentos realizados e à faixa etária atendida que varia de 8 meses a 8 anos de idade. Além disso, o projeto tem sido uma oportunidade de interação dialógica de professores e alunos de graduação e pós-graduação com a comunidade atendida na busca conjunta pelo melhor atendimento para os pacientes e aprendizados para todos”.
O atendimento prestado à comunidade é de importância inestimável, segundo a sub-coordenadora Profª. Drª. Fernanda de Morais Ferreira, pois “realiza vários procedimentos de alta complexidade que não são realizados em hospitais ou em serviços públicos de atendimento odontológico, o que torna o projeto muitas vezes a primeira e a única opção de grande parte da população que não teria condições econômicas para custear estes tratamentos especializados”.